Andreja Rauch, Antonio Tagliarini, Carlos Pez, Constanza Brncic, Filipa Francisco, Idoia Zabaleta, Imen Smaoui, Karima Mansour, Lotfi Abdelli, Marco Valentino, Margarida Mestre, Miguel Pereira, Stefania Politi
Il Viaggio – El Viatge – A Viagem
30 E 31 DE OUTUBRO
SÁBADO E DOMINGO
DAS 19H00 ÀS 24H00
CASA D’OS DIAS DA ÁGUA

“A Viagem” juntou 13 criadores do Mediterrâneo durante um período de um mês e meio, em três ateliês de pesquisa e criação, organizados por Carovana (Cagliari), L’animal a l’esquena (Girona) e Danças na Cidade (Lisboa) . Este projecto teve o intuito de estimular o intercâmbio, a experimentação e a criação coreográfica, num contexto multicultural.
O primeiro ateliê teve lugar na pequena cidade costeira de Alghero, na Sardenha, sendo dedicado ao tema “La Danza in Luce”. A luz e a visibilidade foram trabalhadas de maneira muito concreta em seminários e exercícios com técnicos e desenhadores de luz, mas foram também discutidas no sentido metafórico: Qual a visibilidade da dança? Qual a sua presença na imprensa? Como aumentar a visibilidade dos coreógrafos do Sul e valorizar a sua obra?
O ateliê de Girona teve lugar nas instalações de L’Animal a l’Esquena, em pleno campo catalão. O tema central era Performance Writing: como investigar e utilizar os traços físicos, criados por vários media – fotografia, vídeo, áudio, literatura, desenho, descrição oral, etc. – na captação do movimento. O tema foi abordado de maneira prática e teórica, com o apoio e acompanhamento de académicos, técnicos e artistas especializados em assuntos relacionados com ‘memória’, ‘arquivo’ e ‘documentação’.
Em Lisboa, os participantes trabalharam duas semanas na Casa d’Os dias da Água. Nesta última etapa da sua viagem, dedicaram-se à criação, montando instalações e pequenos espectáculos nas várias salas da Casa, acompanhados pela musicóloga, dramaturga e artista Bojana Cvejic (Sérvia) e o director artístico de Danças na Cidade Mark Deputter (Bélgica / Portugal).

Andreja Rauch [Eslovénia]
estudou dança na London Contemporary Dance School e dançou com En-Knap e Charles Linehan Co. Desde 1998, criou várias peças: “Izvedenke” (1998, site-specific), “Hisa/Nest” (2001, vídeo dança), “Tipke” (2002), “Rebeka” (2003) e “Chestnut Brown” (2004).

Antonio Tagliarini [Itália]
estudou teatro e dança em Modena e Polverigi e trabalhou com Miguel Pereira, Raffaella Giordano, Giorgio Rossi, Alessandro Certini, Thierry Salmon e Bill T. Jones. As suas próprias criações incluem: “Antonio Miguel" (2000, com Miguel Pereira), “Freezy” (2002), “Caramelle” (2003) e “Titolo provvisorio: senza titolo” (2004)

Carlos Pez [Espanha]
estudou dança em Madrid e na School for New Dance Development em Amsterdão e dançou com Marcelo Evelyn, Vera Mantero, Alice Chauchat, Tom Plischke, Jérôme Bel e Xavier Le Roy. Criou as peças “ECB” (2001), “Organising Carlos Pez / Starfish Position” (2002-04) e “Already played tomorrow” (2004).

Constanza Brncic [Espanha]
estudou dança e teatro em Barcelona e Nova Iorque. É membro da companhia Andrés Corchero-Rosa Muñoz e colaborou com Mal Pelo. Entre as suas próprias criações destaca o solo “Manuelita, ¿dónde vas?” (2001), “Amortiguada” (2003) e os projectos transdisciplinares “Pa ck” e “Derribos” (2002-04).

Filipa Francisco [Portugal]
estudou dança e psicologia em Lisboa. Fez aulas na Companhia Trisha Brown e na escola Lee Strassberg em Nova Iorque e trabalhou com vários coreógrafos e encenadores portugueses. As suas criações incluem: “Nu Meio”, “O nariz do meu pai”, “There I Stand”, “Transgarden”, “Petróleo”, “Riso” e “Leitura de listas…”.

Idoia Zabaleta [Espanha]
é licenciada em Biologia e estudou dança em Barcelona, Amsterdão e Nova Iorque. Dançou com as companhias Magpie e Mal Pelo e colaborou com o laboratório electro-acústico KLEM. Criou a associação Moare Danza, dedicada à pedagogia de dança e movimento, com a qual realiza várias peças. Recentemente criou a peça "Gau bakar bat".

Imen Smaoui [Tunísia]
estudou dança no Centre National de Danse em Paris. Trabalhou com o encenador Taoufik Jebali da companhia El Teatro e com Ornella d’Agostino. O seu primeiro solo, “Point” (1998) é apresentado internacionalmente. Por encomenda do Teatro Jean Vilar (França), criou a sua peça mais recente, “Derrière le silence”.

Karima Mansour [Egipto]
estudou no Cairo Film Institute e na London Contemporary Dance School. Dançou com vários coreógrafos internacionais e apresentou as peças da sua companhia Ma’at em festivais internacionais: "Taming" e "Solo" (2000), "Love" e "Passages" (2001), "Temporament" (2002) e “Games” (2003).

Lotfi Abdelli [Tunísia]
é actor e bailarino, tendo integrado os elencos do Ballet National Tunisien de Naouel Skandrani, do Théâtre National e do Théâtre Phou. O seu currículo de intérprete inclui também uma longa lista de filmes e séries televisivas. Em 2003, depois de uma longa ausência da dança, criou a coreografia “Je suis danseur”.

Marco Valentino [Itália]
é compositor e músico. Estudou violino e piano no conservatório, mas no seu percurso musical tornou-se multi-instrumentalista, interessado em juntar as tradições das músicas étnicas do mundo com a experimentação da música electrónica. Trabalhou em muitas ocasiões para o teatro e a dança.

Margarida Mestre [Portugal] > ver TRILOGIA DO CORTE

Miguel Pereira [Portugal]
estudou dança em Lisboa, Paris e Nova Iorque. Trabalhou como intérprete com Francisco Camacho, Vera Mantero, Jorge Silva Melo e Jérôme Bel, entre outros. A peça “António Miguel” (2000) e o espectáculo apenas anunciado com local e hora da apresentação (Danças na Cidade 02), foram apresentados internacionalmente.

Stefania Politi [Itália]
começou a sua carreira como mimo e actriz, actuando em várias companhias de teatro entre 1982 e 1992. Em 1993, criou a associação cultural AG.A.T.A. com Massimo Tamalio, produzindo anualmente um ou dois espectáculos, na maioria encenados por N. Antonioli ou por ela própria.

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Néjib Ben Khalfallah [Tunísia]
Poussée
(programa partilhado com Malek Sebai)

3 DE NOVEMBRO
QUARTA-FEIRA, 21H30
CASA D’OS DIAS DA ÁGUA
DURAÇÃO: 30 MIN

O percurso artístico de Néjib Ben Khalfallah divide-se entre o teatro e a dança. Como actor, começa a trabalhar com o encenador Raja Ben Ammar em 1992, entrando na famosa companhia El Teatro de Tawfiq Jebali em 1995, com a qual viaja pelo mundo. No campo da dança, participa em várias peças do coreógrafo Imed Jemaâ entre 1991 e 1997, tendo a coreografia “Nuit Blanche” ganho o concurso internacional de Bagnolet em 1992.
A partir de 1996, começa a criar as suas próprias coreografias: “La Siesta” (1996), “Temps et Distance” (1997) e “Soupirs”, que surpreende o público no Rencontre de la danse contemporaine en Méditerranée Arabe em 1999. “Depois das suas experiências com Imed Jemaâ, Hichem Rostom, o Teatro Phou e o Ballet de l’Opéra de Cairo, estávamos à espera de um solo rico e denso”, diz a imprensa. “Mas Néjib Ben Khalfallah apresenta um texto não interpretado, uma presença não coreografada, (…) denunciando assim a falta de meios para a dança, numa atitude bastante corajosa”. “Não se pode dançar, então não dançarei”, esclarece o coreógrafo.

Em “Poussée” (2003), Néjib Ben Khalfallah retoma o tema do não-poder, da disfunção criativa. Numa inversão curiosa de ficção e realidade, confronta o público com as vicissitudes do processo criativo.

Coreografia e interpretação: Néjib Ben Kalfallah
Desenho de luz e direcção técnica : Sabri Attrousse
Música: Tradicional tunisina
Figurinos: Bahija Bem Salah
Apoio: Institut Français de Cooperation de Tunis

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Malek Sebai [Tunísia]
B-ticino
(programa partilhado com Néjib Ben Khalfallah)
3 DE NOVEMBRO
QUARTA-FEIRA, 21H30
CASA D’OS DIAS DA ÁGUA
DURAÇÃO: 30 MIN.

 

Malek Sebai fez a maior parte da sua carreira no ballet clássico. Estudou ballet no Conservatório Nacional Superior de Paris e na Escola Rosella Hightower em Cannes e integrou várias companhias de ballet clássico e neo-clássico: Teatro Stanislawsky (Moscovo, 1987), Ater Balletto (Itália, 1989), Muenchener Staats Oper (Munich, 1990), Ballet Du Nord (France, 1993) e Elisa Monte Dance Co (Nova Iorque, 1994 - 1998). Durante este período mantém o contacto com o seu país, a Tunísia, voltando de vez em 1998.
A sua primeira experiência como coreógrafa data de 1992, quando cria a peça “Fragments pour deux… Seul” para o festival de Hammamet. Depois de acabar os seus estudos, cria o espectáculo “Tango Sati” com o Ballet Nacional da Tunísia, para o Centre National de la Danse em Paris. Em 1999, apresenta a criação “Pièce en un tableau de 19’” no primeiro Festival de Dança Contemporânea do Mediterrâneo Árabe.

Com “B-ticino”, a sua criação mais recente, apresentada pela primeira vez no festival DAMA (Danser dans la Méditerranée Arabe, 2004) em Tunis, abre um novo caminho no seu trabalho, juntando à sua mestria técnica a vontade de criar uma linguagem pessoal.

Conceito e realização: Malek Sebai, Patricia Triki
Intérprete: Malek Sebai
Colaboração Artística: Radhouane El Meddeb
Desenho de Luz: Sabri Atrous, Radhouane El Meddeb
Figurinos e Fotos: Patricia Triki
Som: Ulysson
Música: Undabdiepost 1999
Co-produção: Danse Basin Méditerranée / Culture 2000, Institut Français de Coopération de Tunis, Studios IKAA de Tunis

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Mustafa Kaplan [Turquia]
Dolap
4 DE NOVEMBRO
QUINTA-FEIRA, 21H30
CENTRO CULTURAL DE BELÉM
– PEQUENO AUDITÓRIO
DURAÇÃO: 45 MIN.

 

Mustafa Kaplan é um dos representantes mais talentosos da nova dança turca. Cresce na cidade de Konva, no centro da Anatólia, e estuda engenharia em Istambul, onde obtém o diploma de electrónica e telecomunicações. Entretanto, vai-se aperfeiçoando na dança, fazendo aulas de técnica Graham com Geyvan McMillan, entre outras. Dança com a Modern Ballet Company, Aydin Teker e Yann Marussich, trabalha durante dez anos com o Teatro Municipal de Istambul como bailarino e coreógrafo e funda várias companhias de dança independentes. Actualmente, trabalha com a sua compatriota Filiz Sizanli, ex-bailarina de Mathilde Monnier e Emmanuelle Huynh.

Mustafa Kaplan interessa-se pelo movimento do ‘corpo que trabalha’. O ponto de partida desta peça foi a simples tarefa de levar um frigorífico de um sítio para outro. “Pesquisámos o encontro entre o corpo humano e o volume da máquina e, à medida que avançámos na criação, o frigorífico foi-se tornando cada vez mais activo e determinante”. De facto, “Dolap” parece mais um trio do que um dueto: a máquina dança, os bailarinos limitam-se a sustentar o peso e manter o ímpeto. Com o tempo, vão ganhando liberdade perante a inevitabilidade das leis da física – a gravidade, o equilíbrio, as forças opostas – para investigar outras relações possíveis: entre o corpo e o espaço, entre dois bailarinos, entre um homem e uma mulher.

Coreografia: Mustafa Kaplan
Intérpretes: Filiz Sizanli, Mustafa Kaplan
Figurinos: Petra
Agradecimento: Centre National de la Danse, Paris

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Filipa Francisco [Portugal]
Leitura de listas escritas durante os meses de Agosto, Setembro, Outubro, Novembro em Nova Iorque, Dezembro e Janeiro até dia 27 em Lisboa, Fevereiro até dia 27 na Covilhã, Novembro até dia 5 em Lisboa
5 DE NOVEMBRO
SEXTA-FEIRA, 21H30
CASA D’OS DIAS DA ÁGUA
DURAÇÃO: 75 MIN.

A ideia foi a de organizar um modo de trabalho onde a separação entre
ensaio e peça não apenas se diluísse, mas fosse, desde o início, simplesmente inexistente. Cada ensaio seria já uma (das possibilidades da) peça. Cada peça, um ensaio para outras possibilidades. Esse foi o meio que encontrámos para responder ao desafio de criar um trabalho atento ao lugar onde, a cada reiteração, ele se daria. Assim, este trabalho não tem propriamente nem uma forma fixa, nem um fim determinado. Seguimos desse modo as ideias de Paul Carter sobre território e performance, nomeadamente quando ele demonstra que apenas uma terraplanagem estúpida do chão onde a performance se dá permite o seu ensaio: forma desgarrada de representação. Não queríamos a terraplanagem. Queríamos antes uma topografia atenta aos diversos espaços que nos rodeavam ­ dos espaços mais próximos e envolventes dos vários estúdios por onde fomos trabalhando por três meses, ao espaço urbano da cidade, ao violento espaço politico de uma América em guerra aberta, e aos espaços económico, afectivo, crítico, e de referências estéticas da Filipa Francisco. Assim, a Filipa criou um sistema aberto: dedicar-se a (potencialmente) infindáveis listagens. Estas são menos ligadas à noção de obsessão, do que à ideia daquilo a que Deleuze e Guattari denominam de "programa". As listas, as listagens, a sua elaboração, identificação, escrita, e recitação, por vezes por horas a fio, dentro e fora do estúdio, com e sem público, não são mais do que tantas possibilidades de mapeamento de vivências (mais ou menos familiares, mais ou menos improváveis, mais ou menos pesadas, mais ou menos ridículas, mais ou menos falsas) neste nosso tempo particularmente carregado.
André Lepecki , New York , Novembro de 2003

Trabalho de: Filipa Francisco
Colaboração de André Lepecki em Nova Iorque durante a bolsa de estudo do Gabinete de Relações Internacionais do Ministério da Cultura para investigação sobre performance arte e dramaturgia. Carlota Lagido e Cristina Piedade em Lisboa
Vídeo promocional: João Pinto
Produção: Jangada de Pedra / André Camecelha
Apoio: CENTA
Agradecimentos: Ricardo Freitas, EIRA
Projecto financiado pelo Ministério da Cultura
Estreado no 2º Festival w.a.y. em Janeiro de 2004

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Edit Kaldor [Hungria]
Or Press Escape
6 DE NOVEMBRO
SÁBADO, 21H30
CASA D’OS DIAS DA ÁGUA
DURAÇÃO: APROXIMADAMENTE 80 MIN.

When the first team of morons started approaching rhythmically from the sidelines,
I clicked Retry. They marched on. Cancel didn’t work either.
As last resort, there was still OK. I hesitated.
Select all. Cut.

Edit Kaldor estudou literatura e dramaturgia na Columbia University (Nova Iorque) e DasArts (Amsterdão). Trabalhou durante anos com o encenador húngaro Peter Halasz do lendário Squat/Love Theater, em Nova Iorque. Actualmente trabalha em Amsterdão e Bruxelas, criando espectáculos que incluem várias formas de media digital.

“Or Press Escape” é um monólogo digital em que toda a narrativa é construída através de comandos informáticos e acções feitas em computador. Através de uma projecção, o público assiste a uma sessão de trabalho de uma mulher jovem em frente ao seu computador. Escreve uma carta, altera o texto, surfa na net, entra num chatroom, recebe e-mails, abre imagens guardadas, faz downloads de filmes, ouve música. À medida que a sessão avança, o espectador vai descobrindo a pessoa em frente do computador: os seus interesses, a sua solidão, os seus sonhos e medos. Atrás de cada ícone esconde-se uma história, cada palavra que aparece no ecrã abre novas expectativas. “Or Press Escape” é inteligente, engraçado e oferece uma imagem fascinante da relação íntima que se criou entre homem e máquina.

Conceito, texto e interpretação: Edit Kaldor
Executado com: Cecilia Vallejos
Criado em colaboração com: Nicola Unger, Zsolt Mesterhazy e Catherine Henegan
Software: Marc Boon
Produção: Theater Gasthuis, Amsterdão
Co-produção: Künstlerhaus Mousonturm, Frankfurt
Colaboração: DasArts, Amsterdão e wp Zimmer, Antuérpia
Agradecimentos: Tim Etchells, Frank Theys, Duro Toomato
Tour manager: Corine Snijders

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Luciana Fina [Itália / Portugal]
O Encontro + Le Réseau
(documentários)
8 DE NOVEMBRO

SEGUNDA-FEIRA, 21H30
CULTURGEST – PEQUENO AUDITÓRIO
DURAÇÃO: 50 + 20 MIN.

Diversificando estratégias de criação e formas de apresentação - filmes, instalações video, fotografia e edições - e conjugando o interesse pelo cinema e pela dança contemporânea, pelas poéticas do movimento e pela imagem, Luciana Fina tem centrado o seu trabalho à volta dos temas do nomadismo e do interculturalismo e, por outro lado, da relação entre a imagem e as artes do espectáculo.
Os dois documentários aqui apresentados em antestreia funcionam em autonomia, mas dialogam entre si, complementando-se enquanto olhar sobre as artes performativas e as políticas interculturais.

O encontro

É faculdade das artes enformar a sociedade através das suas práticas.
Cinquenta e duas pessoas vindas de diferentes países encontram-se em Lisboa para participar no 7° Encontro Internacional ‘Dançar o que é Nosso’. Questionam-se as práticas performativas e a formação da atenção como possível resposta das artes ao impasse da incomunicabilidade e da cristalização das culturas: um intenso mês de estudo com o antropólogo André Lepecki e com coreógrafos convidados da Alemanha, Indonésia, Holanda, Espanha, Portugal, África do Sul, EUA, Burkina Faso.

Le réseau [esquisse]
Ideias, projectos e problemáticas de uma organização financiada pela Comunidade Europeia com o objectivo de estimular a criação e a circulação da dança contemporânea nos países do Mediterrâneo.
Uma visão sobre a rede das pessoas que habitam e animam o DBM, as suas expectativas e o seu desejo de movimento, atravessando momentos de encontro em Istambul, Cagliari, Tunis, Marselha e Portugal.

Câmara e Realização Luciana Fina
Montagem Luciana Fina, Marcelo Felix
Produção executiva Catarina Saraiva, Hugo Quinta
Produção DANÇAS NA CIDADE / DBM / LAF
Co-produção 2:
Apoio MC-Instituto das Artes, Culture 2000

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Tânia Carvalho [Portugal]
O Melhor delas Todas
10 DE NOVEMBRO
QUARTA-FEIRA, 21H30
CENTRO CULTURAL DE BELÉM
– PEQUENO AUDITÓRIO
DURAÇÃO: 60 MIN.

Tânia Carvalho é co-fundadora da promotora cultural Bomba Suicida. Estudou dança clássica e contemporânea pela Royal Academie of Dancing em Viana do Castelo, no Balleteatro do Porto, na Escola Superior de Dança e no Fórum Dança. A partir de 1997, começou por criar dezenas de peças curtas e encomendas para eventos de todo o género, vencendo o Concurso de Jovens Criadores 2001 com a peça “Inicialmente previsto”. No mesmo ano, estreou a peça “New tan” no Centro Cultural de Belém e, em 2002, “Um privilégio característico” no festival Danças na Cidade. Tânia Carvalho trabalhou como intérprete com o Projecto Teatral, Francisco Camacho, Filipe Viegas, Carlota Lagido, Vasco Diogo e Paulo Mendes e apresentou as suas peças na Bélgica, Holanda, França e Brasil. “O Melhor delas Todas” estreou no ano passado, no Festival A8 em Torres Vedras.

Ela perguntou e respondeu à sua própria pergunta. Assim como todas o fizeram. Mais tarde, no quarto escuro. Maravilha das maravilhas… Uma por uma, começaram a gesticular com a solidão nas mãos. E tudo então brilhou. Tudo ali lhes pertencia (o único som que podia ser ouvido). Admiração e adoração. Tomou-as de surpresa e… Levou-as para um sítio onde… Tudo o que elas querem é… Tudo o que elas precisam é… Tudo o que elas precisam é… Tudo o que elas precisam é… Tudo o que elas precisam é… ta ta ra ra ram 
Tânia Carvalho

Concepção e coreografia: Tânia Carvalho
Intérpretes: Bruna Carvalho, Maria Duarte, Maureen Lopez, Mónica Coteriano, Sandra Cachaço, Sara Vaz, Marlene Freitas
Banda sonora: Expander
Desenho de luz: Filipe Viegas
Figurinos: Aleksandar Protich
Desenho gráfico: Sílvia Pereira
Produção: Bomba Suicida
Co-produção: MC / Instituto das Artes, Transforma
Apoios específicos: Sonic, Aleksandar Protich
A Bomba Suicida é subsidiada pelo Instituto das Artes – Ministério da Cultura
Agradecimentos: D. Ana Viccini, Filipe Carriço, Avelino Chantre, Antonio Carallo.

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Vitalina Sousa [Portugal]
O belo apenas é
o começo do terrível

(programa partilhado com Margarida Mestre)
11 DE NOVEMBRO
QUINTA-FEIRA, 21H30
CASA D’OS DIAS DA ÁGUA
DURAÇÃO: 20 MIN.

Estudou Artes Plásticas no Ar.Co - Centro de Arte e Comunicação Visual e no At.Re – Atelier Livre. Começou a sua formação em dança no Forum Dança e no Centro em Movimento onde frequentou diversas aulas e workshops. Na Índia estudou dança clássica indiana. Trabalhou como bailarina na ópera Corvo Branco de Robert Wilson, no trabalho imaginação morta imaginem do projecto teatral e em Aicnêtsixe de João Fiadeiro. Criou os solos Catátrofe Natural (2002), o belo apenas é o começo do terrível (2003) e algumas flores permaneciam (2004).

Coreografia e interpretação: Vitalina Sousa
Desenho de luz: Pedro Machado
Fotografia: Teresa Santos e Pedro Tropa
Assistência: Carla Sampaio
Projecto subsidiado pelo MC / Instituto das Artes
Apoios: Centro Cultural de Belém, Danças na Cidade, Centro em Movimento, Câmara Municipal de Lisboa, Clinique, Paulo Vieira Cabeleireiros
Agradecimentos: Giorgio Mastin

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Margarida Mestre + João Lima [Portugal]
Trilogia do corte
(programa partilhado com Vitalina Sousa)
11 DE NOVEMBRO
QUINTA-FEIRA, 21H30
CASA D’OS DIAS DA ÁGUA
DURAÇÃO: 20 MIN.

Margarida Mestre fez a sua formação (dança e voz) com vários professores e artistas nacionais e estrangeiros. Como intérprete trabalhou com Madalena Victorino, João Galante e Teresa Prima, Paula Castro, Miguel Pereira, Yasmeen Godder, Guillermo Goméz Peña e Vera Mantero. Criou “M&M’s”, concerto/performance, em co-autoria com Miguel Pereira, e participou como vocalista num projecto de música electrónica de Adriana Sá. Em 2001, criou “a Blues”, apresentado em Nova Iorque, Lisboa, Porto, Cabo Verde e Marselha. Outras criações incluem “performance...por um Triz” (2002), “Burn”, “T.V.” e “mariquinhas” (2003). “Trilogia do Corte” foi criado no ano passado e apresentado no Porto, Lisboa e Nova Iorque.
João Lima é licenciado em arquitectura. Como músico, desde 1990 que começou à procura da sua própria sonoridade, experimentando a voz em composições originais. Mais tarde alargou esta procura para uma abordagem acústica (guitarra portuguesa) e electrónica. Projectos musicais mais representativos: “Alquimia”, “/9.9/”, “Ó que’Strada” e “Trilogia do corte”.

A “Trilogia do corte” é uma performance em três actos que se desenrola como uma desgarrada, onde em cada acto um episódio é contado através da voz, da acção e de uma guitarra. Uma mulher com uma faca na mão e um homem com uma guitarra iniciam esta viagem que se lança num lamento, se transforma numa ameaça e se resolve numa desistência e morte.

Texto, voz, performance: Margarida Mestre
Guitarra Portuguesa: João Lima
Direcção de Som: Rui Dâmaso
Luz: Mónica Coteriano
Produção: O Rumo do Fumo
Apoios: Bomba Suicida e CENTA

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Shani Granot [Israel]
Installed
Shani Granot
[Israel] + Peter Fol [Bélgica]
It’s a small world
12 DE NOVEMBRO
SEXTA-FEIRA, 21H30
CASA D’OS DIAS DA ÁGUA
DURAÇÃO: 20 + 23 MIN.

Depois dos seus estudos na Thelma Yellin High School, Shani Granot entrou na jovem companhia Batsheva, onde dançou repertório de Ohad Naharin e trabalha com jovens coreógrafos israelitas. Em 1998, entrou na escola de dança P.A.R.T.S. em Bruxelas, onde criou “Stella Solaris”, “Installed” e, com o coreógrafo brasileiro Cristian Duarte, "Middle High Tones". Ganhou a European Bonnie Bird Choreography Award 2002 e criou uma coreografia curta para a Transitions Dance Company do Laban Centre (Londres). Em 2003, entrou na nova criação de Cristian Duarte, “Embodied” e, em 2004, criou a peça “It’s a small world” com Peter Fol.
Peter Fol estudou artes gráficas e animação em vídeo em Bruxelas, tendo apresentado vários vídeos nas televisões belga e holandesa. Actualmente trabalha como técnico na P.A.R.T.S. e é intérprete nas peças “Middle High Tones” e “Embodied”.

Em “Installed”, Shani Granot investiga a relação entre a realidade da presença em palco e a ficção da imagem gravada em vídeo. Porém, a situação torna-se num fascinante jogo de espelhos, porque o vídeo é um documentário, um diário íntimo do trabalho criativo no estúdio, e a própria actuação em palco apenas mais uma tentativa de se instalar no espaço, perante a câmara e o público.

“It’s a small world” é inspirado no romance “The Resistance of Ether” de Alice Evermore. Curiosidade e ambiguidade motivam duas personagens numa curta apresentação de palhaçadas. Sem papéis definidos, sem cenário, um duo improvável contrapõem elegância e ineptidão, num jogo de opostos físicos.

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Aydin Teker [Turquia]
Yogunluk
13 DE NOVEMBRO
SÁBADO, 21H30
CENTRO CULTURAL DE BELÉM
– PEQUENO AUDITÓRIO
DURAÇÃO: 90 MIN.

Aydin Teker começou a estudar dança no Conservatório de Ankara. Ganhou uma bolsa de estudos para o London Contemporary Dance School e, logo a seguir, para a School of the Arts da Universidade de Nova Iorque. De volta à Turquia, ensina improvisação no Teatro Nacional e em 1991 começa a leccionar no Conservatório Nacional de Istambul, tornando-se directora do Departamento de Dança Moderna e uma das principais mentoras da dança contemporânea turca. Aydin Teker é considerada a coreógrafa turca mais radical, apesar da sua longa carreira. Movimenta-se na fronteira entre dança e performance, tendo criado várias peças site-specific. Recentemente, o seu trabalho tem-se tornado mais denso e minimalista.

Os trabalhos de Aydin Teker são sempre o resultado de longos períodos – às vezes anos – de pesquisa e aperfeiçoamento. “Começo sempre por criar um problema”, diz a coreógrafa, “passando o resto do tempo dos ensaios a tentar resolvê-lo. Para “Yogunluk” (Densidade), a minha tarefa era trabalhar sobre o foco e a concentração. Adoro trabalhar num ambiente de laboratório, onde partilho a investigação com os meus bailarinos. Em conjunto, atravessamos um processo extremamente intensivo e rico. Não existem ideias preconcebidas sobre o que é correcto ou errado. Permitimos ao corpo encontrar as soluções, que depois apresentamos ao público. A estética é o resultado directo do processo”.

Direcção e coreografia: Aydin Teker
Intérpretes: Aydin Teker, Nadi Güler, Serap Meric, Ayse Orhon, Mihran Tomasyan, Ebru Enit Ahunbay
Produção: Yesim Yalman
Direcção técnica: Atalay Sengul

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