“A Viagem” juntou 13 criadores
do Mediterrâneo
durante um período de um mês e meio, em três
ateliês de pesquisa e criação, organizados
por Carovana (Cagliari), L’animal a l’esquena (Girona)
e Danças na Cidade (Lisboa) . Este projecto teve o intuito
de estimular o intercâmbio, a experimentação
e a criação coreográfica, num contexto multicultural.
O primeiro ateliê teve lugar na pequena cidade costeira
de Alghero, na Sardenha, sendo dedicado ao tema “La Danza
in Luce”. A luz e a visibilidade foram trabalhadas de maneira
muito concreta em seminários e exercícios com técnicos
e desenhadores de luz, mas foram também discutidas no sentido
metafórico: Qual a visibilidade da dança? Qual a
sua presença na imprensa? Como aumentar a visibilidade dos
coreógrafos do Sul e valorizar a sua obra?
O ateliê de
Girona teve lugar nas instalações
de L’Animal a l’Esquena, em pleno campo catalão.
O tema central era Performance Writing: como investigar
e utilizar os traços físicos, criados por vários media – fotografia,
vídeo, áudio, literatura, desenho, descrição
oral, etc. – na captação do movimento. O tema
foi abordado de maneira prática e teórica, com o
apoio e acompanhamento de académicos, técnicos e
artistas especializados em assuntos relacionados com ‘memória’, ‘arquivo’ e ‘documentação’.
Em
Lisboa, os participantes trabalharam duas semanas na Casa d’Os
dias da Água. Nesta última etapa da sua
viagem, dedicaram-se à criação, montando instalações
e pequenos espectáculos nas várias salas da Casa,
acompanhados pela musicóloga, dramaturga e artista Bojana
Cvejic (Sérvia) e o director artístico de Danças
na Cidade Mark Deputter (Bélgica / Portugal).
Andreja Rauch [Eslovénia]
estudou dança na London
Contemporary Dance School e dançou com En-Knap e Charles
Linehan Co. Desde 1998, criou várias peças: “Izvedenke” (1998,
site-specific), “Hisa/Nest” (2001, vídeo dança), “Tipke” (2002), “Rebeka” (2003)
e “Chestnut Brown” (2004).
Antonio Tagliarini [Itália]
estudou teatro e dança
em Modena e Polverigi e trabalhou com Miguel Pereira, Raffaella
Giordano, Giorgio Rossi, Alessandro Certini, Thierry Salmon e Bill
T. Jones. As suas próprias criações incluem: “Antonio
Miguel" (2000, com Miguel Pereira), “Freezy” (2002), “Caramelle” (2003)
e “Titolo provvisorio: senza titolo” (2004)
Carlos
Pez [Espanha]
estudou dança em Madrid e na School
for New Dance Development em Amsterdão e dançou com
Marcelo Evelyn, Vera Mantero, Alice Chauchat, Tom Plischke, Jérôme
Bel e Xavier Le Roy. Criou as peças “ECB” (2001), “Organising
Carlos Pez / Starfish Position” (2002-04) e “Already
played tomorrow” (2004).
Constanza Brncic [Espanha]
estudou
dança e teatro em Barcelona
e Nova Iorque. É membro da companhia Andrés Corchero-Rosa
Muñoz e colaborou com Mal Pelo. Entre as suas próprias
criações destaca o solo “Manuelita, ¿dónde
vas?” (2001), “Amortiguada” (2003) e os projectos
transdisciplinares “Pa ck” e “Derribos” (2002-04).
Filipa
Francisco [Portugal]
estudou dança e psicologia
em Lisboa. Fez aulas na Companhia Trisha Brown e na escola Lee
Strassberg em Nova Iorque e trabalhou com vários coreógrafos
e encenadores portugueses. As suas criações incluem: “Nu
Meio”, “O nariz do meu pai”, “There I Stand”, “Transgarden”, “Petróleo”, “Riso” e “Leitura
de listas…”.
Idoia Zabaleta [Espanha]
é licenciada
em Biologia e estudou dança em Barcelona, Amsterdão
e Nova Iorque. Dançou
com as companhias Magpie e Mal Pelo e colaborou com o laboratório
electro-acústico KLEM. Criou a associação
Moare Danza, dedicada à pedagogia de dança e movimento,
com a qual realiza várias peças. Recentemente criou
a peça "Gau bakar bat".
Imen Smaoui [Tunísia]
estudou dança no Centre National
de Danse em Paris. Trabalhou com o encenador Taoufik Jebali da
companhia El Teatro e com Ornella d’Agostino. O seu primeiro
solo, “Point” (1998) é apresentado internacionalmente.
Por encomenda do Teatro Jean Vilar (França), criou a sua
peça mais recente, “Derrière le silence”.
Karima
Mansour [Egipto]
estudou no Cairo Film Institute e na London
Contemporary Dance School. Dançou com vários
coreógrafos internacionais e apresentou as peças
da sua companhia Ma’at em festivais internacionais: "Taming" e "Solo" (2000), "Love" e "Passages" (2001), "Temporament" (2002)
e “Games” (2003).
Lotfi Abdelli [Tunísia]
é actor
e bailarino, tendo integrado os elencos do Ballet National Tunisien
de Naouel Skandrani, do Théâtre National e do Théâtre
Phou. O seu currículo de intérprete inclui também
uma longa lista de filmes e séries televisivas. Em 2003,
depois de uma longa ausência da dança, criou a coreografia “Je
suis danseur”.
Marco Valentino [Itália]
é compositor
e músico.
Estudou violino e piano no conservatório, mas no seu percurso
musical tornou-se multi-instrumentalista, interessado em juntar
as tradições das músicas étnicas do
mundo com a experimentação da música electrónica.
Trabalhou em muitas ocasiões para o teatro e a dança.
Margarida Mestre [Portugal] > ver
TRILOGIA DO CORTE
Miguel
Pereira [Portugal]
estudou dança em Lisboa, Paris
e Nova Iorque. Trabalhou como intérprete com Francisco Camacho,
Vera Mantero, Jorge Silva Melo e Jérôme Bel, entre
outros. A peça “António Miguel” (2000)
e o espectáculo apenas anunciado com local e hora da apresentação
(Danças na Cidade 02), foram apresentados internacionalmente.
Stefania Politi [Itália]
começou a
sua carreira como mimo e actriz, actuando em várias companhias
de teatro entre 1982 e 1992. Em 1993, criou a associação
cultural AG.A.T.A. com Massimo Tamalio, produzindo anualmente um
ou dois espectáculos, na maioria encenados por N. Antonioli
ou por ela própria.
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Néjib
Ben Khalfallah [Tunísia]
Poussée
(programa partilhado com Malek Sebai)
3 DE NOVEMBRO
QUARTA-FEIRA, 21H30
CASA D’OS DIAS DA ÁGUA
DURAÇÃO: 30 MIN
|
O percurso artístico de Néjib Ben Khalfallah divide-se
entre o teatro e a dança. Como actor, começa a trabalhar
com o encenador Raja Ben Ammar em 1992, entrando na famosa companhia
El Teatro de Tawfiq Jebali em 1995, com a qual viaja pelo mundo.
No campo da dança, participa em várias peças
do coreógrafo Imed Jemaâ entre 1991 e 1997, tendo
a coreografia “Nuit Blanche” ganho o concurso internacional
de Bagnolet em 1992.
A partir de 1996, começa a criar as suas
próprias
coreografias: “La Siesta” (1996), “Temps et
Distance” (1997)
e “Soupirs”, que surpreende o público no Rencontre
de la danse contemporaine en Méditerranée Arabe em
1999. “Depois das suas experiências com Imed Jemaâ,
Hichem Rostom, o Teatro Phou e o Ballet de l’Opéra
de Cairo, estávamos à espera de um solo rico e
denso”,
diz a imprensa. “Mas Néjib Ben Khalfallah apresenta
um texto não interpretado, uma presença não
coreografada, (…) denunciando assim a falta de meios para
a dança, numa atitude bastante corajosa”. “Não
se pode dançar, então não dançarei”,
esclarece o coreógrafo.
Em “Poussée” (2003), Néjib Ben Khalfallah
retoma o tema do não-poder, da disfunção criativa.
Numa inversão curiosa de ficção e realidade,
confronta o público com as vicissitudes do processo criativo.
Coreografia e interpretação: Néjib
Ben Kalfallah
Desenho de luz e direcção técnica : Sabri
Attrousse
Música: Tradicional
tunisina
Figurinos: Bahija Bem
Salah
Apoio: Institut
Français
de Cooperation de Tunis
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Malek
Sebai [Tunísia]
B-ticino
(programa partilhado com Néjib
Ben Khalfallah)
3 DE NOVEMBRO
QUARTA-FEIRA, 21H30
CASA D’OS DIAS DA ÁGUA
DURAÇÃO: 30 MIN.
|
Malek Sebai fez a maior parte da sua carreira
no ballet clássico. Estudou ballet no Conservatório
Nacional Superior de Paris e na Escola Rosella Hightower em Cannes
e integrou várias companhias de ballet clássico e
neo-clássico: Teatro Stanislawsky (Moscovo, 1987), Ater
Balletto (Itália, 1989), Muenchener Staats Oper (Munich,
1990), Ballet Du Nord (France, 1993) e Elisa Monte Dance Co (Nova
Iorque, 1994 - 1998). Durante este período mantém
o contacto com o seu país, a Tunísia, voltando de
vez em 1998.
A sua primeira experiência como coreógrafa
data de 1992, quando cria a peça “Fragments pour deux… Seul” para
o festival de Hammamet. Depois de acabar os seus estudos, cria
o espectáculo “Tango Sati” com o Ballet Nacional
da Tunísia, para o Centre National de la Danse em Paris.
Em 1999, apresenta a criação “Pièce
en un tableau de 19’” no primeiro Festival de Dança
Contemporânea do Mediterrâneo Árabe.
Com “B-ticino”,
a sua criação mais
recente, apresentada pela primeira vez no festival DAMA (Danser
dans la Méditerranée Arabe, 2004) em Tunis, abre
um novo caminho no seu trabalho, juntando à sua mestria
técnica a vontade de criar uma linguagem pessoal.
Conceito e realização: Malek Sebai, Patricia Triki
Intérprete: Malek Sebai
Colaboração Artística:
Radhouane El Meddeb
Desenho de Luz: Sabri Atrous, Radhouane El
Meddeb
Figurinos e Fotos: Patricia Triki
Som: Ulysson
Música: Undabdiepost 1999
Co-produção: Danse
Basin Méditerranée
/ Culture 2000, Institut Français de Coopération
de Tunis, Studios IKAA de Tunis
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Mustafa
Kaplan [Turquia]
Dolap
4 DE NOVEMBRO
QUINTA-FEIRA, 21H30
CENTRO CULTURAL DE BELÉM
– PEQUENO
AUDITÓRIO
DURAÇÃO: 45 MIN.
|
Mustafa Kaplan é um dos representantes
mais talentosos da nova dança turca. Cresce na cidade
de Konva, no centro da Anatólia, e estuda engenharia
em Istambul, onde obtém
o diploma de electrónica e telecomunicações.
Entretanto, vai-se aperfeiçoando na dança, fazendo
aulas de técnica Graham com Geyvan McMillan,
entre outras. Dança com a Modern Ballet Company,
Aydin Teker e Yann Marussich, trabalha durante dez anos com o
Teatro Municipal de Istambul como bailarino e coreógrafo
e funda várias companhias de dança independentes.
Actualmente, trabalha com a sua compatriota Filiz Sizanli, ex-bailarina
de Mathilde Monnier e Emmanuelle Huynh.
Mustafa Kaplan interessa-se
pelo movimento do ‘corpo que
trabalha’. O ponto de partida desta peça foi a simples
tarefa de levar um frigorífico de um sítio para
outro. “Pesquisámos
o encontro entre o corpo humano e o volume da máquina
e, à medida
que avançámos na criação, o frigorífico
foi-se tornando cada vez mais activo e determinante”. De
facto, “Dolap” parece mais um trio do que um dueto:
a máquina dança, os bailarinos limitam-se a sustentar
o peso e manter o ímpeto. Com o tempo, vão ganhando
liberdade perante a inevitabilidade das leis da física – a
gravidade, o equilíbrio, as forças opostas – para
investigar outras relações possíveis: entre
o corpo e o espaço, entre dois bailarinos, entre um homem
e uma mulher.
Coreografia: Mustafa Kaplan
Intérpretes: Filiz Sizanli, Mustafa Kaplan
Figurinos: Petra
Agradecimento: Centre National de la Danse, Paris
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Filipa
Francisco [Portugal]
Leitura de listas escritas
durante os meses de Agosto, Setembro, Outubro, Novembro
em Nova Iorque, Dezembro e Janeiro até dia 27 em
Lisboa, Fevereiro até dia 27 na Covilhã,
Novembro até dia 5 em Lisboa
5 DE NOVEMBRO
SEXTA-FEIRA, 21H30
CASA D’OS DIAS DA ÁGUA
DURAÇÃO: 75 MIN.
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A ideia foi a de organizar um modo de trabalho
onde a separação
entre
ensaio e peça não apenas se diluísse, mas fosse, desde o
início, simplesmente inexistente. Cada ensaio seria já uma (das
possibilidades da) peça. Cada peça, um ensaio para outras possibilidades.
Esse foi o meio que encontrámos para responder ao desafio de criar um
trabalho atento ao lugar onde, a cada reiteração, ele se daria.
Assim, este trabalho não tem propriamente nem uma forma fixa, nem um fim
determinado. Seguimos desse modo as ideias de Paul Carter sobre território
e performance, nomeadamente quando ele demonstra que apenas uma terraplanagem
estúpida do chão onde a performance se dá permite o seu
ensaio: forma desgarrada de representação. Não queríamos
a terraplanagem. Queríamos antes uma topografia atenta aos diversos espaços
que nos rodeavam dos espaços mais próximos e envolventes
dos vários estúdios por onde fomos trabalhando por três meses,
ao espaço urbano da cidade, ao violento espaço politico de uma
América em guerra aberta, e aos espaços económico, afectivo,
crítico, e de referências estéticas da Filipa Francisco.
Assim, a Filipa criou um sistema aberto: dedicar-se a (potencialmente) infindáveis
listagens. Estas são menos ligadas à noção de obsessão,
do que à ideia daquilo a que Deleuze e Guattari denominam de "programa".
As listas, as listagens, a sua elaboração, identificação,
escrita, e recitação, por vezes por horas a fio, dentro e fora
do estúdio, com e sem público, não são mais do que
tantas possibilidades de mapeamento de vivências (mais ou menos familiares,
mais ou menos improváveis, mais ou menos pesadas, mais ou menos ridículas,
mais ou menos falsas) neste nosso tempo particularmente carregado.
André Lepecki
, New York , Novembro de 2003
Trabalho de: Filipa Francisco
Colaboração de André Lepecki
em Nova Iorque durante a bolsa de estudo do Gabinete de Relações
Internacionais do Ministério da Cultura para investigação
sobre performance arte e dramaturgia. Carlota Lagido e Cristina
Piedade em Lisboa
Vídeo promocional: João Pinto
Produção: Jangada de Pedra / André Camecelha
Apoio: CENTA
Agradecimentos: Ricardo Freitas, EIRA
Projecto financiado pelo
Ministério da Cultura
Estreado no 2º Festival
w.a.y. em Janeiro de 2004
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Edit
Kaldor [Hungria]
Or Press Escape
6 DE NOVEMBRO
SÁBADO, 21H30
CASA D’OS DIAS DA ÁGUA
DURAÇÃO: APROXIMADAMENTE
80 MIN.
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When the first team of morons started
approaching rhythmically from the sidelines,
I clicked Retry.
They marched on. Cancel didn’t work either.
As last resort, there was still
OK. I hesitated.
Select all. Cut.
Edit Kaldor estudou literatura
e dramaturgia na Columbia University (Nova Iorque) e DasArts (Amsterdão).
Trabalhou durante anos com o encenador húngaro Peter Halasz
do lendário
Squat/Love Theater, em Nova Iorque. Actualmente trabalha em Amsterdão
e Bruxelas, criando espectáculos que incluem várias
formas de media digital.
“Or Press Escape” é um monólogo digital
em que toda a narrativa é construída através
de comandos informáticos e acções feitas em
computador. Através de uma projecção, o público
assiste a uma sessão de trabalho de uma mulher jovem em
frente ao seu computador. Escreve uma carta, altera o texto, surfa na
net, entra num chatroom, recebe e-mails, abre imagens
guardadas, faz downloads de filmes, ouve música. À medida
que a sessão avança, o espectador vai descobrindo a
pessoa em frente do computador: os seus interesses, a sua solidão,
os seus sonhos e medos. Atrás de cada ícone esconde-se
uma história, cada palavra que aparece no ecrã abre
novas expectativas. “Or Press Escape” é inteligente,
engraçado e oferece uma imagem fascinante da relação íntima
que se criou entre homem e máquina.
Conceito, texto e interpretação: Edit Kaldor
Executado
com: Cecilia Vallejos
Criado em colaboração com: Nicola Unger, Zsolt Mesterhazy e Catherine Henegan
Software: Marc
Boon
Produção: Theater Gasthuis, Amsterdão
Co-produção: Künstlerhaus Mousonturm, Frankfurt
Colaboração: DasArts, Amsterdão e wp Zimmer,
Antuérpia
Agradecimentos: Tim Etchells, Frank Theys, Duro
Toomato
Tour manager: Corine Snijders
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Luciana
Fina [Itália / Portugal]
O Encontro +
Le Réseau
(documentários)
8 DE NOVEMBRO
SEGUNDA-FEIRA, 21H30
CULTURGEST – PEQUENO AUDITÓRIO
DURAÇÃO: 50 + 20 MIN. |
Diversificando estratégias de criação
e formas de apresentação - filmes, instalações
video, fotografia e edições - e conjugando o interesse
pelo cinema e pela dança contemporânea, pelas poéticas
do movimento e pela imagem, Luciana Fina tem centrado o seu trabalho à volta
dos temas do nomadismo e do interculturalismo e, por outro lado,
da relação entre a imagem e as artes do espectáculo.
Os dois documentários aqui apresentados em antestreia
funcionam em autonomia, mas dialogam entre si, complementando-se
enquanto olhar sobre as artes performativas e as políticas
interculturais.
O encontro
É faculdade das artes enformar a sociedade através
das suas práticas.
Cinquenta e duas pessoas vindas de diferentes países encontram-se em Lisboa
para participar no 7° Encontro Internacional ‘Dançar o que é Nosso’.
Questionam-se as práticas performativas e a formação da
atenção como possível resposta das artes ao impasse da incomunicabilidade
e da cristalização das culturas: um intenso mês de estudo
com o antropólogo André Lepecki e com coreógrafos convidados
da Alemanha, Indonésia, Holanda, Espanha, Portugal, África do Sul,
EUA, Burkina Faso.
Le réseau [esquisse]
Ideias, projectos
e problemáticas de uma organização
financiada pela Comunidade Europeia com o objectivo de estimular
a criação e a circulação da dança
contemporânea nos países do Mediterrâneo.
Uma
visão sobre a rede das pessoas que habitam e animam
o DBM, as suas expectativas e o seu desejo de movimento, atravessando
momentos de encontro em Istambul, Cagliari, Tunis, Marselha e Portugal.
Câmara e Realização Luciana
Fina
Montagem Luciana Fina, Marcelo
Felix
Produção
executiva Catarina Saraiva,
Hugo Quinta
Produção DANÇAS
NA CIDADE / DBM / LAF
Co-produção 2:
Apoio MC-Instituto
das Artes, Culture
2000
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Tânia
Carvalho [Portugal]
O Melhor delas Todas
10 DE NOVEMBRO
QUARTA-FEIRA, 21H30
CENTRO CULTURAL DE BELÉM
– PEQUENO AUDITÓRIO
DURAÇÃO: 60 MIN. |
Tânia Carvalho é co-fundadora da promotora
cultural Bomba Suicida. Estudou dança clássica e
contemporânea
pela Royal Academie of Dancing em Viana do Castelo, no
Balleteatro do Porto, na Escola Superior de Dança e no Fórum
Dança. A partir de 1997, começou por criar dezenas
de peças curtas e encomendas para eventos de todo o género,
vencendo o Concurso de Jovens Criadores 2001 com a peça “Inicialmente
previsto”. No mesmo ano, estreou a peça “New
tan” no Centro Cultural de Belém e, em 2002, “Um
privilégio característico” no festival Danças
na Cidade. Tânia Carvalho trabalhou como intérprete
com o Projecto Teatral, Francisco Camacho, Filipe Viegas, Carlota
Lagido, Vasco Diogo e Paulo Mendes e apresentou as suas peças
na Bélgica, Holanda, França e Brasil. “O Melhor
delas Todas” estreou no ano passado, no Festival A8 em Torres
Vedras.
Ela perguntou e respondeu à sua própria
pergunta. Assim como todas o fizeram. Mais tarde, no quarto escuro.
Maravilha das maravilhas… Uma por uma, começaram
a gesticular com a solidão nas mãos. E tudo então
brilhou. Tudo ali lhes pertencia (o único som que podia
ser ouvido). Admiração e adoração.
Tomou-as de surpresa e… Levou-as para um sítio
onde… Tudo
o que elas querem é… Tudo o que elas precisam é… Tudo
o que elas precisam é… Tudo o que elas precisam é… Tudo
o que elas precisam é… ta ta ra ra ram
Tânia
Carvalho
Concepção e coreografia: Tânia
Carvalho
Intérpretes: Bruna
Carvalho, Maria Duarte, Maureen Lopez, Mónica Coteriano,
Sandra Cachaço, Sara Vaz, Marlene
Freitas
Banda sonora: Expander
Desenho de luz: Filipe Viegas
Figurinos: Aleksandar Protich
Desenho gráfico: Sílvia
Pereira
Produção: Bomba Suicida
Co-produção: MC / Instituto
das Artes, Transforma
Apoios específicos: Sonic, Aleksandar
Protich
A Bomba Suicida é subsidiada pelo
Instituto das Artes – Ministério
da Cultura
Agradecimentos: D.
Ana Viccini, Filipe Carriço,
Avelino Chantre, Antonio Carallo.
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Vitalina Sousa [Portugal]
O belo apenas é
o começo
do terrível
(programa partilhado com Margarida Mestre)
11 DE NOVEMBRO
QUINTA-FEIRA, 21H30
CASA D’OS DIAS DA ÁGUA
DURAÇÃO: 20 MIN. |
Estudou Artes Plásticas no Ar.Co - Centro de Arte e
Comunicação Visual e no At.Re – Atelier Livre.
Começou a sua formação em dança no
Forum Dança e no Centro em Movimento onde frequentou diversas
aulas e workshops. Na Índia estudou dança clássica
indiana. Trabalhou como bailarina na ópera Corvo Branco de
Robert Wilson, no trabalho imaginação morta
imaginem do projecto teatral e em Aicnêtsixe de
João Fiadeiro. Criou os solos Catátrofe Natural (2002), o
belo apenas é o começo do terrível (2003)
e algumas flores permaneciam (2004).
Coreografia e interpretação: Vitalina Sousa
Desenho
de luz: Pedro Machado
Fotografia: Teresa Santos e Pedro Tropa
Assistência: Carla
Sampaio
Projecto subsidiado pelo MC / Instituto das Artes
Apoios: Centro
Cultural de Belém, Danças na Cidade,
Centro em Movimento, Câmara Municipal de Lisboa, Clinique,
Paulo Vieira Cabeleireiros
Agradecimentos: Giorgio Mastin
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Margarida
Mestre + João Lima [Portugal]
Trilogia do corte
(programa
partilhado com
Vitalina Sousa) 11 DE NOVEMBRO
QUINTA-FEIRA, 21H30
CASA D’OS DIAS DA ÁGUA
DURAÇÃO: 20 MIN. |
Margarida Mestre fez a sua formação (dança
e voz) com vários professores e artistas nacionais e estrangeiros.
Como intérprete trabalhou com Madalena Victorino, João
Galante e Teresa Prima, Paula Castro, Miguel Pereira, Yasmeen Godder,
Guillermo Goméz Peña e Vera Mantero. Criou “M&M’s”,
concerto/performance, em co-autoria com Miguel Pereira, e participou
como vocalista num projecto de música electrónica
de Adriana Sá. Em 2001, criou “a Blues”, apresentado
em Nova Iorque, Lisboa, Porto, Cabo Verde e Marselha. Outras criações
incluem “performance...por um Triz” (2002), “Burn”, “T.V.” e “mariquinhas” (2003). “Trilogia
do Corte” foi criado no ano passado e apresentado no Porto,
Lisboa e Nova Iorque.
João Lima é licenciado em arquitectura.
Como músico,
desde 1990 que começou à procura da sua própria
sonoridade, experimentando a voz em composições originais.
Mais tarde alargou esta procura para uma abordagem acústica
(guitarra portuguesa) e electrónica. Projectos musicais
mais representativos: “Alquimia”, “/9.9/”, “Ó que’Strada” e “Trilogia
do corte”.
A “Trilogia do corte” é uma performance em
três actos que se desenrola como uma desgarrada, onde em
cada acto um episódio é contado através da
voz, da acção e de uma guitarra. Uma mulher com uma
faca na mão e um homem com uma guitarra iniciam esta viagem
que se lança num lamento, se transforma numa ameaça
e se resolve numa desistência e morte.
Texto, voz, performance: Margarida Mestre
Guitarra Portuguesa: João Lima
Direcção de Som: Rui Dâmaso
Luz: Mónica
Coteriano
Produção: O Rumo do Fumo
Apoios: Bomba Suicida e
CENTA
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Shani
Granot [Israel]
Installed
Shani
Granot [Israel]
+ Peter Fol [Bélgica]
It’s
a small world
12 DE NOVEMBRO
SEXTA-FEIRA, 21H30
CASA D’OS DIAS DA ÁGUA
DURAÇÃO: 20 + 23 MIN. |
Depois dos seus estudos na Thelma Yellin High School,
Shani Granot entrou na jovem companhia Batsheva, onde dançou
repertório
de Ohad Naharin e trabalha com jovens coreógrafos israelitas.
Em 1998, entrou na escola de dança P.A.R.T.S. em Bruxelas,
onde criou “Stella Solaris”, “Installed” e,
com o coreógrafo brasileiro Cristian Duarte, "Middle
High Tones". Ganhou a European Bonnie Bird Choreography
Award 2002 e criou uma coreografia curta para a Transitions
Dance Company do Laban Centre (Londres). Em 2003, entrou na nova
criação de Cristian Duarte, “Embodied” e,
em 2004, criou a peça “It’s a small world” com
Peter Fol.
Peter Fol estudou artes gráficas e animação
em vídeo em Bruxelas, tendo apresentado vários vídeos
nas televisões belga e holandesa. Actualmente trabalha como
técnico na P.A.R.T.S. e é intérprete nas peças “Middle
High Tones” e “Embodied”.
Em “Installed”,
Shani Granot investiga a relação
entre a realidade da presença em palco e a ficção
da imagem gravada em vídeo. Porém, a situação
torna-se num fascinante jogo de espelhos, porque o vídeo é um
documentário, um diário íntimo do trabalho
criativo no estúdio, e a própria actuação
em palco apenas mais uma tentativa de se instalar no espaço,
perante a câmara e o público.
“It’s a small world” é inspirado no romance “The
Resistance of Ether” de Alice Evermore. Curiosidade e ambiguidade
motivam duas personagens numa curta apresentação de
palhaçadas. Sem papéis definidos, sem cenário,
um duo improvável contrapõem elegância e ineptidão,
num jogo de opostos físicos.
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Aydin
Teker [Turquia]
Yogunluk
13 DE NOVEMBRO
SÁBADO, 21H30
CENTRO CULTURAL DE BELÉM
– PEQUENO AUDITÓRIO
DURAÇÃO: 90 MIN. |
Aydin Teker começou a estudar dança
no Conservatório
de Ankara. Ganhou uma bolsa de estudos para o London Contemporary
Dance School e, logo a seguir, para a School of the
Arts da
Universidade de Nova Iorque. De volta à Turquia, ensina
improvisação no Teatro Nacional e em 1991 começa
a leccionar no Conservatório Nacional de Istambul, tornando-se
directora do Departamento de Dança Moderna e uma das principais
mentoras da dança contemporânea turca. Aydin Teker é considerada
a coreógrafa turca mais radical, apesar da sua longa carreira.
Movimenta-se na fronteira entre dança e performance, tendo
criado várias peças site-specific. Recentemente,
o seu trabalho tem-se tornado mais denso e minimalista.
Os trabalhos
de Aydin Teker são sempre o resultado de
longos períodos – às vezes anos – de
pesquisa e aperfeiçoamento. “Começo sempre
por criar um problema”, diz a coreógrafa, “passando
o resto do tempo dos ensaios a tentar resolvê-lo. Para “Yogunluk” (Densidade),
a minha tarefa era trabalhar sobre o foco e a concentração.
Adoro trabalhar num ambiente de laboratório, onde partilho
a investigação com os meus bailarinos. Em conjunto,
atravessamos um processo extremamente intensivo e rico. Não
existem ideias preconcebidas sobre o que é correcto ou
errado. Permitimos ao corpo encontrar as soluções,
que depois apresentamos ao público. A estética é o
resultado directo do processo”.
Direcção e coreografia: Aydin Teker
Intérpretes: Aydin Teker, Nadi Güler, Serap Meric,
Ayse Orhon, Mihran Tomasyan, Ebru Enit Ahunbay
Produção: Yesim Yalman
Direcção técnica: Atalay Sengul
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