Milo Rau/NTGent & MST
Antígona na Amazónia
- 11.11 — 12.11 2023
- Estreia nacional
- Culturgest - Auditório Emílio Rui Vilar
- 16€ (ver descontos)
- A classificar pela CCE
- 110 min
- em português, inglês, tucano e neerlandês com legendas em português e em inglês
Uma reflexão sobre poder, resistência e lei no Brasil contemporâneo.
Na cosmologia indígena, o passado está sempre à nossa frente. Em Antígona na Amazónia, projeta-se em três grandes telas verticais, nas quais um coro formado por ativistas do Movimento Sem Terra (MST), incluindo sobreviventes de um massacre contra manifestantes em 1996, ajuda a contar a história de uma Antígona dos dias de hoje.
Em palco, quatro pessoas-intérpretes revezam-se entre personagens de Sófocles e de si próprias, para dar corpo a esta tragédia grega, à sua adaptação à Amazónia contemporânea e à construção do próprio espetáculo. Ailton Krenak surge no papel do vidente Tirésias, sem que se altere a sua visão do mundo. A atriz indígena Kay Sara dá corpo a uma Antígona que se recusa a ser usada como símbolo ou a seguir regras que não sejam as do seu povo.
A luta pela reforma agrária, os massacres contra o MST, os genocídios negro, indígena e transgénero, as alterações climáticas e o agronegócio são elementos da tragédia do Brasil contemporâneo e não só. Mas em Antígona na Amazónia essa história não se conta sem esperança para a natureza e para a humanidade – se nos apressarmos a dizer um “não” radical e a salvar o que amamos.
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Conversas Pós-Espetáculo
No dia 12 de novembro, o espetáculo será seguido de uma conversa com o elenco e Tony Omolu.
Este momento conta com dois membros do elenco - Pablo Casella e Frederico Araújo - e como convidade Tony Omolu, artista híbride com raízes indígenas e africanas, ator-bailarino formado em Filosofia Política e Teatro, com foco em antropologia teatral e membre do coletivo Afrontosas. A conversa incindirá sobre o papel político da arte, o agenciamento do ativismo em processos criativos, as tensões entre sectores artísticos e discursos decoloniais, lugares e olhares de enunciação, e referências ontológicas sobre a tragédia, considerando o agronegócio e os genocídios negro, indígena, trans no Brasil contemporâneo.
Ficha artística
Elenco Frederico Araujo, Pablo Casella, Sara De Bosschere, Arne De Tremerie No ecrã Kay Sara, Gracinha Donato, Célia Maracajà, coro de militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) e, no papel de Tirésias, Ailton Krenak Texto Milo Rau e elenco Conceção e encenação Milo Rau Colaboração na conceção, pesquisa e dramaturgia Eva-Maria Bertschy Dramaturgia Giacomo Bisordi Colaboração dramaturgia Douglas Estevam, Martha Kiss Perrone Assistência à dramaturgia Kaatje De Geest, Carmen Hornbostel Composição musical Elia Rediger & Pablo Casella Cenografia Anton Lukas Figurinos Gabriela Cherubini, Jo De Visscher, Anton Lukas Desenho de luz Dennis Diels Desenho de vídeo Moritz von Dungern Edição de vídeo Joris Vertenten Making of vídeo Fernando Nogari Assistência de realização Katelijne Laevens, Chara Kasaraki (estagiária), Lotte Mellaerts (estagiária) Direção de produção Klaas Lievens, Gabriela Gonçalves Assistente de produção Jack Dos Santos Direção técnica Oliver Houttekiet Direção de cena Marijn Vlaeminck Técnica Brecht Beuselinck, Dimitri Devos, Max Grymonprez, Sander Michiels, Stavros Tarlizos, Raf Willems Legendas Katelijne Laevens, Liesbeth Standaert, Elli De Meyer Agradecimentos Carolina Bufolin
Produção NTGent Coprodução The International Institute of Political Murder (IIPM), Festival d'Avignon, Romaeuropa Festival, Factory International (Manchester), La Villette (Paris), Tandem - Scène nationale (Arras Douai), Künstlerhaus Mousonturm (Frankfurt), Equinoxe Scène Nationale (Châteauroux), Wiener Festwochen Em colaboração com Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) Com o apoio de Goethe Institut São Paulo, PRO HELVETIA programa COINCIDENCIA - Kulturausch Schweiz - Südamerika, The Belgian Tax Shelter
Apresentado por Alkantara Festival e Culturgest, em parceria com o Teatro Municipal do Porto
Notas sobre o conteúdo
O espetáculo tem conteúdos sensíveis incluindo violência policial, armas de fogo, sangue, assassinato e suicício.