Laboratório de criação em dança

Depois da apresentação de "L’Homme Rare" no Alkantara Festival de 2020, Nadia Beugré, coreógrafa e interprete da Costa do Marfim, sediada em Montpellier, regressa a Lisboa para partilhar algumas das suas práticas de criação.

Nadia Beugré usa a dança como gesto político, uma prática lúdica para revelar e denunciar. As suas peças relacionam-se com lutas de libertação, com discussões sobre identidade de género e com a busca de igualdade através da relação do corpo com objectos, através de danças urbanas e ao evocar a violência exercida sobre alguns corpos com gestos e ações em cena.

Ao longo de uma semana, Nadia Beugré partilhará algumas práticas de criação que dão origem aos seus espetáculos: jogos de improvisação com objetos, exercícios de grupo sobre a ocupação e reivindicação do espaço ou exploração de noções de corpo forte e corpo frágil.

O laboratório dirige-se a todas as pessoas que tenham experiência em processos de criação a partir do corpo (profissionais ou estudantes).

Nota Biográfica

Nadia Beugré (Abidjan, 1981) dá os seus primeiros passos na dança na companhia Dante Théâtre em Abidjan, onde explora as danças tradicionais da Costa do Marfim. Em 1997, é fundadora, com Béatrice Kombé, da premiada companhia de dança Tché Tché. Estuda coreografia na École des Sables de Germaine Acogny (Senegal) e no Centro Coreográfico de Montpellier, com direção de Mathilde Monnier. Neste período cria os solos Un espace Vide: Moi (2008) e Quartiers Libres (2009). Seguem-se as criações para grupo Legacy (2015), Tapis Rouge (2017) e Roukasskass Club (2018), apresentadas, entre outros, no Festival d’Automne em Paris ou no Holland Festival em Amesterdão. Enquanto intérprete, colabora com Seydou Boro, Alain Buffard, Dorothée Munyaneza, Boris Charmatz, Bernardo Montet e Faustin Linyekula. É artista associada do Vooruit (Gent) até 2021.