Ir para o conteúdo

Conteúdo principal

Marta Lança

Superintensiva [Terra Batida]

ALKANARA - Marta Lança - ©Maria Mire
@ Maria Mire
  • 12.10 — 23.10 2020
  • Artistas em residência
  • Estúdios Victor Córdon

Marta Lança está em residência nos Estúdios Victor Córdon, ao abrigo do programa Em Trânsito. A performance Superintensiva está integrado no projeto Terra Batida e estreia no Alkantara Festival este novembro.

Este projeto começou a ganhar forma na minha cabeça, quando procurava qualidade de vida para criar uma criança: ar e espaço. Num monte habituado à cultura de sequeiro as flores silvestres brotam dentro e fora do seu murinho de pedra sobre pedra. Ourique, capital do porco preto, com lagartos, secretos, plumas e bochechas, e muitas camadas de vida por descobrir.

No caminho de carro, vejo estacas branquinhas alinhadas ao estilo cemitério americano. Uns meses depois, uma espécie de oliveiras atrofiadas no tamanho e na copa, de produção precoce, assistida por agroquímicos e fitofármacos. Fecho os vidros ao fumo pestilento do bagaço de azeitona, imagino as partículas contaminadas no fumo e nas linhas de água, a exploração laboral e negligência à saúde pública. No desígnio predador da agroindústria, a ambição de empresários agrícolas e a desorientação de pequenos agricultores. Ao ar contaminado e ao tempo que esboroa, contraponho a resiliência da oliveira, guardiã de línguas proféticas e do Mediterrâneo, madrinha do nosso refugado. A torção do seu tronco e rugas ancestrais.

Esta conferência-performance atravessa em corpo, voz e imagem, um olival de vários tons e intensidades.

Marta Lança

Performance Marta Lança Ensaio visual Maria Mire Sonoplastia Nuno Morã

Terra Batida é uma rede de pessoas, práticas e saberes em disputa com formas de violência ecológica e políticas de abandono. O conhecimento singular e local de conflitos socioambientais, aliado à ação em rede, convocam resistência aos abusos extrativos e também pedem cuidado: para especular e fabular, para construir visões e vidências sensoriais entre mundos exauridos e exaustos.

Marta Lança (Lisboa, 1976) é doutoranda em Estudos Artísticos (com bolsa da FCT). Os temas de pesquisa passam pelo debate pós-colonial, programação cultural, processos de memorialização, plataformas de discurso e estudos africanos. Desde 2010, é editora do site BUALA. Escreve para publicações em Portugal, Angola e Brasil. Traduziu do francês livros de Maxence Fermine, Jacques-Pierre Amettea, Asger Jorn e Achille Mbembe. Lecionou na Universidade Agostinho Neto, Luanda. Como programadora: Roça Língua, encontro de escritores lusófonos (São Tomé e Príncipe, 2011); o ciclo Paisagens Efémeras, dedicado a Ruy Duarte de Carvalho (2015); com Rita Natálio, Expats (FITEI, 2015); Vozes do Sul para o Festival do Silêncio (2017); colaborou no projeto NAU, com o Teatro Experimental do Porto (2018); com Raquel Lima, “Para nós, por nós: produção cultural africana e afrodiaspórica em debate” (2018) e foi curadora do programa “Eu sou esparça e a liquidez maciça. Gestos de Liberdade” (Maat, 2020). Tem experiência em cinema (pesquisa, produção, argumento, representação).

Maria Mire (Maputo, 1979) é artista plástica. Tem trabalhado de modo colaborativo em diversos coletivos artísticos. O trabalho artístico e de investigação que desenvolve é sobretudo centrado nas questões da percepção da imagem em movimento. Realizou o filme "Parto sem Dor" a partir da figura da médica obstetra Cesina Bermudes. Atualmente é professora e co-responsável do Departamento de Cinema/Imagem em Movimento do Ar.Co, em Lisboa. Doutorada em Arte e Design pela Faculdade de Belas Artes do Porto em 2016, com a tese “Fantasmagorias: a imagem em movimento no campo das Artes Plásticas”.

Marta Lança

Marta Lança (Lisboa, 1976) é doutoranda em Estudos Artísticos (com bolsa da FCT). Os temas de pesquisa passam pelo debate pós-colonial, programação cultural, processos de memorialização, plataformas de discurso e estudos africanos. Desde 2010, é editora do site BUALA. Escreve para publicações em Portugal, Angola e Brasil. Traduziu do francês livros de Maxence Fermine, Jacques-Pierre Amettea, Asger Jorn e Achille Mbembe. Lecionou na Universidade Agostinho Neto, Luanda. Como programadora: Roça Língua, encontro de escritores lusófonos (São Tomé e...

Voltar ao início
This website is using cookies to provide a good browsing experience

These include essential cookies that are necessary for the operation of the site, as well as others that are used only for anonymous statistical purposes, for comfort settings or to display personalized content. You can decide for yourself which categories you want to allow. Please note that based on your settings, not all functions of the website may be available.

This website is using cookies to provide a good browsing experience

These include essential cookies that are necessary for the operation of the site, as well as others that are used only for anonymous statistical purposes, for comfort settings or to display personalized content. You can decide for yourself which categories you want to allow. Please note that based on your settings, not all functions of the website may be available.

Your cookie preferences have been saved.