Afrontosas em residência no Espaço Alkantara
Bixa Bixo

- 14.04 — 20.04 2025
Bixa Bixo é um espetáculo imersivo que integra o projeto de pesquisa Kalunga: Por uma ecologia negra e cuír desenvolvido pelo Coletivo Afrontosas. Com o objetivo de produzir conhecimento artístico, o espetáculo cruza novas tecnologias, dança e performance a partir de uma ecocrítica que convoca a reflexão sobre o que chamamos de "natureza". Em sua essência, Bixa Bixo propõe uma aliança com a natureza como uma força transformadora, essencial para a afirmação das identidades negras queer, fortalecendo-as diante dos efeitos coloniais de racialização e especismo. Através de uma experiência sensorial e reflexiva, Bixa Bixo explora as potencialidades dessas identidades, reconhecendo a importância de sua relação com o meio ambiente como um espaço de resistência e reexistência. O espetáculo busca descolonizar o olhar sobre a natureza, aproximando o público das narrativas e vivências das pessoas negras queer e suas conexões com o mundo natural.
Bixa Bixo é um espetáculo artístico que entrelaça queerness, ecologia e gênero por meio de uma abordagem performativa interseccional. Inspirado em práticas como a antropologia teatral, as danças afro-brasileiras, a cultura ballroom e a performance contemporânea, o projeto propõe uma expressão fluida e multirreferencial das identidades e das relações entre corpo, espaço e “natureza”. A dramaturgia do espetáculo dissolve categorias tradicionais como humano/não-humano e masculino/feminino, desenvolvendo uma sintaxe performática que destaca a interconectividade dos ecossistemas e a multiplicidade das identidades. A obra cria corporalidades transanimais e transumanas, desafiando as estéticas eurocentradas e promovendo a hibridez como princípio estético e político.
Integrando instalações multimídia e experiências interativas, Bixa Bixo utiliza materiais biodegradáveis e performances participativas para questionar o conceito de "Antropoceno", propondo novos modelos de coexistência e interdependência alinhados a perspectivas queer e decoloniais. A obra posiciona a "natureza" como um agente ativo na resistência à heterocisnormatividade, apresentando uma estética queer afro-futurista que tensiona os paradigmas das artes cênicas contemporâneas.
— Afrontosas
Bixa Bixo será uma das atrações do Festival Dias da Dança 2026, no Porto.
Ficha Artística
Atuação, Direção Artística e Executiva DIDI, ROD, tony omolu Gestão e Produção Executiva Amina Bawa Preparação Corporal e Interpretativa Isabel Zua Acompanhamento crítico e preparação interpretativa do espetáculo Melissa Rodrigues Apoio à Dramaturgia Gisela Casimiro Cenário e Figurino Neuza Trovoada Conceção do projeto de iluminação Lui L'Abbate Sudano Sonoplastia Marcos Aganju Conceção do projeto de projeção e video mapping Bee Barros Equipa de Pessoal Auxiliar Gessica Borges Assessoria, Apoio e Gestão Financeira Lysandra Domingues

O Coletivo Afrontosas é uma Associação Cultural que nasceu a partir de encontros de pessoas negras/racializadas cuír ligadas ao mundo das artes, da educação e da celebração motivadas pela ausência de projetos que reflitam sobre a importância da negritude cuír da diáspora em Portugal em confluência com os trânsitos migratórios da América Latina, África e outras regiões. Um dos objetivos do Afrontosas é fomentar, promover e divulgar a produção artística e educacional de artistas negres/racializadas cuír a fim de criar espaços interseccionais para o...

Di Candido aka DIDI é artista transdisciplinar, integrando no seu trabalho investigação e produção artística-cultural, curadoria, arte-performance e DJing. Com formação em Direito pela Universidade Candido Mendes e mestrado em Comunicação, Cultura e Tecnologia pelo ISCTE – IUL, aborda no seu percurso temas como (re)territorialização coletiva, cibercultura, ecologia e mitologias cuir, identidades e ativismo antirracista, com foco nas comunidades cuir, negras e migrantes na diáspora. Co-fundou a UNA – União Negra das Artes, o Coletivo Afrontosas e a...

ROD é pesquisador e artista visual, negre e queer. Pós-Doutor pelo CECS da Universidade do Minho, Doutor em Sociologia pelo ICS da Universidade de Lisboa. Como artista visual desenvolve um trabalho com foco na crítica decolonial. Participou de diversas exposições coletivas e exibições a solo, como na Feira Gráfica de Lisboa (2020), na Casa do Capitão (2021), no Espaço Damas (2021), no Festival Bairro em Festa do Largo Residências (2021), na Galeria Not a Museum (2021), no MAAT – Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (2022), nas Galerias Municipais de...

tony omolu, artista negre e não binárie. Iniciou doutoramento em Educação Artística na Universidade de Lisboa. É Mestre em Artes, onde desenvolveu investigação sobre a dramaturgia da dança dos orixás do mestre augusto omolu, pela UFU/MG. Pós-graduação em Interpretação Teatral UFU/MG, Licenciatura em Filosofia UFU/MG. Professora e Diretora Artística do Programa de Extensão e Cultura – Corpoencena (artes cênicas). Formação e Experiência Estética: produção artístico-cultural e pedagógica – UFG/GO. Ministrou a disciplina de dramaturgia da...