In Ex(ile) Lab: professional meet-up # 3

No próximo dia 16 de abril, o terceiro encontro online do In Ex(ile) Lab explorará de que maneiras os tópicos da justiça climática, do ambiente e da migração estão relacionados, e como é que a arte pode ser uma plataforma para debater as questões ambientais prementes. Durante a sessão de duas horas, tentaremos abordar os seguintes temas:

- As alterações climáticas como um dos fatores de deslocação e exílio;
- A noção de refugiado climático em debate;
- Onde ficam os campos de refugiados na Europa, qual é o seu aspeto e que propósito servem? Refletir sobre a noção de ambiente no contexto dos campos de refugiados;
- Justiça climática, artivismo e artistas em exílio.

Inscrições por e-mail: cooperation@aa-e.org
Estes encontros acontecem em inglês.

O In Ex(ile) Lab é um laboratório com duração de dois anos que visa apoiar artistas no exílio recentemente deslocados e que procuram construir uma carreira no seu país de acolhimento, proporcionando-lhes oportunidades para criarem um espetáculo, construírem uma rede profissional, serem aconselhados artisticamente por artistas estabelecidos na Europa e alcançarem novos públicos no espaço europeu. Ao fazê-lo, o projeto proporcionará um quadro para as organizações culturais repensarem as suas práticas e adaptarem os seus instrumentos às necessidades dos artistas no exílio. O projeto é liderado pelo atelier des artistes en exile, desenvolvido e implementado com o Alkantara, Visual Voices e Santarcangelo Festival.

Painel

Marine Denis é doutorada em direito público e consultora jurídica especializada em direito ambiental, com sede em França. É co-fundadora de uma série na internet sobre deslocação climática. É também voluntária na Notre AYaire à Tous, uma ONG francesa resultante do movimento End Ecocide on Earth que procura obter o reconhecimento penal internacional para os abusos ambientais mais graves. A Notre AYaire à Tous trabalha para estabelecer a justiça climática.

Louis Fernier é estudante de doutoramento em Geografia na Universidade de Poitiers, membro do laboratório Migrinter. Procura compreender se os ambientes dos campos de refugiados são utilizados para relegar espacial e socialmente os migrantes "indesejáveis" e se estas pessoas conseguem manter a sua autonomia. Depois de apresentar o contexto da sua investigação, explicará a sua metodologia, os seus primeiros mapas e exemplos atuais de campos de refugiados particularmente isolados e/ou expostos a fenómenos meteorológicos extremos.

Buliash Todaeva é artista, designer e investigadora em sustentabilidade de ascendência calmuque, oriunda da comunidade autodenominada Oirad - um grupo de mongóis ocidentais localizado na região sul da Rússia. Após a invasão total da Ucrânia em 2022, Buliash deixou Moscovo e, desde então, mudou-se para França. Buliash foca os seus projetos na sustentabilidade, nos estudos decoloniais, na injustiça sociocultural e nas questões ambientais. Trabalha com meios multidisciplinares, incluindo pesquisa de materiais reciclados/orgânicos, produção digital, tecnologia e reflexão artística.

Tatiana Calderón Ellis é dramaturga, atriz, escritora e música. Formada pelo Teatro Libre de Bogotá, fundou a sua companhia de teatro Puerto Teatro em 2008. Integra uma dimensão ambiental no seu trabalho teatral. Atuou nas sedes de empresas multinacionais como a Coca Cola ou a Ecopetrol para sensibilizar as pessoas trabalhadoras para as questões ambientais. Escreveu 19 peças de teatro que denunciam os ecocídios e genocídios perpetrados pelo agronegócio na Colômbia. Em 2021, começou a escrever o romance A aldeia Mais Feliz do Mundo, no qual denunciava o desvio e a drenagem de rios por grandes empresas. Na sequência de ameaças que recebeu, esta obra não pôde ser publicada.