Bailarino e coreógrafo, Faustin Linyekula vive e trabalha em Kisangani, no nordeste da República Democrática do Congo, ex-Zaire, ex-Congo Belga, ex-Estado Independente do Congo… Após estudar literatura e drama em Kisangani, mudou-se para Nairobi em 1993 e em 1997 fundou, em conjunto com Opiyo Okach e Afrah Tenambergen, a companhia Gàara, a primeira companhia de dança contemporânea do Quénia. De volta ao Congo em junho de 2001, criou em Kinshasa os Studios Kabako, um espaço dedicado à dança e ao teatro visual, proporcionando programas de formação, bem como apoio à pesquisa e criação. Em 2006, os Studios Kabako foram transferidos para Kisangani e abraçaram novos campos artísticos: música, filme e vídeo. Memória, esquecimento e a supressão da lembrança – nos seus trabalhos, Faustin foca o legado de décadas de guerra, terror, medo e o colapso da economia para ele próprio, a sua família e os seus amigos. Faustin criou 17 peças com os Studios Kabako, que fizeram digressões pela Europa, África e América do Norte.

Outras colaborações incluem um dueto com Raymund Hoghe (Sans-titre, 2009) e uma peça com 25 bailarinos para o Ballet de Lorraine, em Nancy (La Création du monde 1923-2012) bem como um solo com uma pessoa da Companhia Nacional de Bailado de Portugal (2016). Linyekula também trabalhou com museus, apresentando performances no MoMA (2012) e no Metropolitan (2017) em Nova Iorque, no MUCEM em Marselha (2016), no Tervuren Museum for Royal Africa (2018) e no Tate Modern, em Londres (2020).