Dina Mimi
Grinding the Wind
- 24.11 — 27.11 2020
- Estreia absoluta
- M/12
- 45 min
- Em inglês, legendado em português
Esta conferência-performance investiga a história do meu bisavô, um homem palestiniano que foi sujeito a testes médicos num hospital militar israelita em 1969. Este acontecimento é o ponto de partida para uma viagem por arquivos, história oral, sonhos e livros.
Tal como um cirurgião que tem sonhos eróticos com a inserção de um dedo num coração durante uma cirurgia, também a minha pesquisa em torno dos aspectos performativos da cirurgia de coração a peito aberto é motivada pelo desejo. O coração do meu bisavô, selado com mais de cem pontos do peito à cintura, é reduzido a cinzas no seu gesto final de autoimolação. O seu corpo colapsa num arquivo inacessível. Consciente de que o controlo do corpo está há muito no cerne do colonialismo, procuro compreender o declínio do meu avô ao silêncio e ao protesto, mesmo na morte.
Dina Mimi, agosto de 2020
Esta é a primeira vez que Dina Mimi apresenta o seu trabalho em Portugal.
Raquel Lima em conversa com Dina Mimi
Criação, vídeo e interpretação Dina Mimi Criação de som Bashar Suleiman, Maya Khaldi
Grinding the wind é um projeto comissariado por The Consortium Comissions - uma iniciativa de Mophradat.
Dina Mimi é uma artista visual nascida em 1994 em Jerusalém, atualmente a viver e a trabalhar em Amsterdão, como artista residente no programa De Ateliers (2020-2022). Na sua prática usa vídeo, som, performance e texto. Dina Mimi pesquisa sobre o corpo e a morte no espaço público, sobre noções de visibilidade e inviabilidade na relação entre arqueologia e objetos, entre museus e morte. Pesquisa também sobre o protesto como performance e o papel do corpo na Palestina. Licenciou-se em 2016, na Bezalel Academy of Arts and Design em Jerusalém, e em 2018 concluiu o mestrado em Arte no Espaço Público pela ECAV-École cantonal d'art du Valais na Suíça.