Diego Bragà
Geografia do amor
- 07.09 — 13.09 2020
- Artistas em residência
- Portas Abertas
- Teatro São Luiz - Jardim de inverno
- 5€ (estudante), 12€ (normal)
- M/16
- 85 min
(É um gesto mágico que dei o nome de Geografia do Amor. Um atlas – catártico, libertador e mágico, como os contos de fadas – que celebra as nossas pessoas que morreram e Ancestrais.)
A investigação – para a residência no Alkantara – parte da herança do Ricardo Wagner Braga, meu tio – que me perseguia, pela casa, vestido de bruxa – como possibilidade de criação de uma cartografia atualizada, festiva e erótica do mundo. A herança é uma caixa com arquivos pessoais colecionados nas décadas de 1970, 1980 e 1990. O recorte geográfico da coleção contempla catorze países estrangeiros (Angola, Chile, Estados Unidos da América, Peru, Panamá, Portugal, Canadá, Itália, Espanha, Holanda, Inglaterra, Israel, Iraque e Suíça); e dezassete estados brasileiros (Amazonas, Pará, Pernambuco, Sergipe, Paraíba, Ceará, Bahia, Mato Grosso, Distrito Federal, Goiás, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul).
Nesta coleção, entre os objetos, encontram-se: duzentos e cinquenta e quatro cartões-postais de cidades, escritos e com selo, trocados com cerca de cento e sessenta mulheres e homens (80% homens, 90% brasileiros); duzentos e cinquenta cartões-postais de cidades sem selo e assinatura; documentos de identidade; cartas de Amor; cartas de saudade; fotografias pessoais; fotografias de Sereios (seus amantes); folhas de diários; um desenho de uma “Miss Universe”; cartões-postais enviados por mim; cartões de Natal; santinhos de morte; entre outros.
Geografia do Amor – a partir de conceitos de Clarice Lispector, Lygia Clark, Giorgio Agamben, Georges Bataille e Mikhail Bakhtin – propõe ser um gesto utópico de atualização dos arquivos do Ricardo, falecido por decorrências da AIDS, no ano de dois mil e onze. A residência artística no Alkantara abarcará trinta e três por cento de toda a herança, e conterá múltiplas possibilidades materiais e imateriais. Tal gesto será feito com Amor.
O projeto Geografia do Amor foi selecionado para residência no Espaço Alkantara no âmbito do programa Horário de Verão. Estreia em novembro de 2020 no Temps d’Images Lisboa.
Ficha Artística
Criação e interpretação Diego Bagagal
Colaboração artística Martim Dinis (pintura), Luciano Scherer e Maira Flores (video), Chico Neves (produção musical)
Gestão ORG.I.A
Apoio Temps d’Images, Self-Mistake
Diego Bragà é uma artista de teatro, realizadora e dramaturga, não-binária, trans, luso-brasileira, nascida em Belo Horizonte (BR) e a viver em Lisboa (PT). Atualmente, Diego é uma das artistas emergentes selecionada para o Common Stories - Common LAB - para explorar as alterações da noção de diversidade numa sociedade europeia em mudança. Em 2021, através de um filme autobiográfico, recebeu a bolsa para jovens cineastas do Sundance Institute, e o seu filme "Pense Sobre o Belo Futuro Adiante" pode ser visto nos Op-Docs do The New York Times. Como artista de...