Paula Diogo
Terra Nullius - CANCELADO
- 23.04 — 03.05 2020
- Artistas em residência
- Espaço Alkantara
Terra nullius foi um termo criado pela lei internacional para definir territórios que não pertenciam a ninguém e por isso podiam ser ocupados. Ainda hoje existem territórios terra nullius como Bir Tawill (uma faixa de terra entre o Egito e o Sudão), a Antártida, o mar internacional e a Lua. Mas terra nullius encerra também um significado poético. Uma ideia de território inexplorado, uma espécie de oásis de liberdade onde seria possível recomeçar e repensar a nossa ideia de sociedade.
Durante um ano, Paula Diogo esteve em Reykjavik a desenvolver um projeto que tentava capturar uma ‘experiência do lugar’, cruzando-a com narrativas pessoais e coletivas. Como procedimento usou duas ações simples: caminhar e escrever.
Nos dois últimos anos Terra Nulius iniciou a sua migração lenta da Islândia para cá, para Portugal, e chega ao Teatro Nacional D. Maria II em outubro. Uma audio-caminhada que acontece na rua e termina dentro do Teatro. Mas também um projeto que transborda o espaço do teatro, ocupando a geografia urbana da cidade e o espaço virtual de discussão e pensamento.
ficha técnica
Direção de projeto, criação e performance Paula Diogo Criação sonora João Bento Desenho de luz Daniel Worm Apoio à dramaturgia Alex Cassal Apoio à criação Estelle Franco/BE, Renato Linhares/BR Espaço e coordenação da publicação FRAME e Elsa Mencagli IT/DK (estagiária Erasmus +) Design gráfico Masako Hattori/ES Seleção fotográfica João Tuna Traduções e revisão Joana Frazão Produção executiva Vanda Cerejo Publicação com contributos de artistas portugueses e estrangeiros a confirmar Coprodução Má-Criação e TNDMII Parceiros Arquipélago – Centro de Artes Contemporâneas, Citemor, O Espaço do Tempo, Alkantara, Galeria Zé dos Bois Apoio à Residência Artística Companhia Olga Roriz
Trabalho desenvolvido como bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian e Fundo Cultural da GDA.
Projecto financiado pela República Portuguesa – Cultura/Direção Geral das Artes.
A Má-Criação é uma estrutura apoiada pela Câmara Municipal de Lisboa.
biografia
Paula Diogo tem bacharelato pela ESTC. Frequentou o curso de Línguas e Literaturas Modernas – variante Português e Espanhol da FLUCL. Foi co-fundadora do Teatro Praga (1995-08), da TRUTA (2003-10) e da produtora O Pato Profissional Lda (2003-10), onde trabalhou como criadora e coordenadora de produção, cruzando várias competências. Em 2004 foi distinguida pelo CPAI com o Prémio Teatro na Década – Melhor atriz pelo espetáculo Private Lives, do Teatro Praga. Em 2006 foi bolseira do CNC acompanhando os Gob Squad (UK/DE) em Berlim. Em 2007 frequentou o Curso de Encenação do Programa CCA da Fundação Calouste Gulbenkian com os ingleses Third Angel. Em 2009 começou a desenvolver a Má-Criação, uma label associada à produtora O Pato Profissional dedicada a projetos colaborativos de performance e teatro. Em 2010 foi encenadora residente no NTN em Nápoles, Itália, dirigido por Antonio Latella. Aqui criou os espetáculos Rosa Lux e Madame. Colabora atualmente com diversos criadores e companhias em Portugal, França e Itália.
Paula Diogo nasceu nos subúrbios de Lisboa, sem qualquer ligação familiar às artes. O interesse por livros e histórias levou-a a estudar Literatura e mais tarde Teatro. O seu trabalho é fortemente influenciado pelo ambiente que a rodeia e pela sua formação e história familiar. Aborda temáticas como: legado, memória, autobiografia e pertença. Os seus trabalhos tendem a ser minimalistas e podem assumir diferentes formatos, da performance, às peças de palco, passando pelo vídeo/áudio e publicações. Nos últimos anos tem trabalhado no amplo espectro das...