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Terra Batida

Cartas do Fogo

ALKANARA - Ilustração a branco sobre preto de uma árvore dentro de uma forma, com uma cruz por cima e um texto interrogativo narrativo à esquerda, escrito em português. - ©Ellen Pirá Wassu
@ Ellen Pirá Wassu
  • 29.11 — 30.11 2024
  • Programas convidados
  • Terra Batida
  • Casa da América Latina

Conversas entre Portugal e o Brasil onde o fogo é o condutor de reflexões e transmutação de memórias sobre documentos, história, museus, florestas e corpos.

Terra Batida é uma plataforma de criação coletiva dedicada às intersecções entre artes performativas e ecologia, com direção artística de Ritó Natálio. Iniciado em 2020, o projeto já percorreu diferentes regiões, de norte a sul de Portugal (Ourique, Castro Verde, Montemor-o-Novo, Aveiro, Ílhavo, Gafanha da Nazaré, Fundão e Lisboa), envolvendo e apoiando mais de 55 artistas, cientistas, ativistas e associações, numa perspetiva de entrelaçamento multidisciplinar e multivocal em torno da violência ecológica e dos processos artísticos.

O programa de 2024 propõe um diálogo com o pensamento indígena contemporâneo.

Cartas do Fogo, a leitura-performance de Ellen Pirá Wassu, poeta indígena do povo Wassu Cocal e Ritó Natálio, escritor e performer, parte de uma pesquisa curatorial e poética em torno de acervos museológicos onde se encontram itens que correlacionam os dois territórios. Nas suas cartas, abordam os temas do racismo ambiental, da representatividade do conhecimento indígena, da ecologia decolonial e da descolonização dos museus. Contaram com a colaboração de diversos investigadores, dentre elus, os pesquisadores indígenas Francisco e Francy Baniwa e Idjahure Terena, que apontaram importantes horizontes sobre requalificação das peças e o papel dos museus.

Este temas ressoam igualmente no trabalho da artista indígena travesti amazónica Uýra Sodoma, que é convidada a partilhar o programa das Cartas do Fogo. A sua intervenção, O interesse da Amazónia não é na porra da árvore, estabelece um diálogo com Ellen Pirá Wassu e Ritó Natálio, refletindo no seu gesto performativo saberes e memórias ancestrais da floresta que, por sua vez, convocam adaptação, dissidência, destruição e regeneração. Numa conversa que entrelaça paisagens e territórios, o fogo é o elemento principal de transmutação. Do território da floresta ao das memórias.

— Ritó Natálio & Ellen Pirá Wassu

PROGRAMA

29 NOV


Sessão dupla
19H00 — Casa da América Latina

Cartas do Fogo (Ellen Pirá Wassu e Ritó Natálio)
Performance
+
O interesse da Amazónia não é na porra da árvore (Uýra Sodoma)
Performance



30 NOV

Sessão dupla
17H00 — Casa da América Latina

Cartas do Fogo (Ellen Pirá Wassu e Ritó Natálio)
Performance
+
O interesse da Amazónia não é na porra da árvore (Uýra Sodoma)
Performance

Ficha Artística

Performances de Ellen Pirá Wassu & Ritó Natálio, Uýra Sodoma Produção Terra Batida/ Associação Parasita (Laila Algaves Nuñez, Sofia Lopes, Lysandra Domingues) Coprodução Associação Parasita, Alkantara

Este espetáculo é coapresentado com o Teatro Nacional D. Maria II.
A PARASITA é uma estrutura financiada pela República Portuguesa – Ministério da Cultura/Direcção- Geral das Artes entre 2023 – 2024.

Ellen Pirá Wassu

Ellen Pirá Wassu é bicho, rio, árvore, raiz e semente. Também é gente humana, escritora e doutoranda em Modernidades Comparadas: Literaturas, Artes e Culturas, no Centro de Estudos Humanísticos pela Universidade do Minho (CEHUM). Investiga a relação entre expropriações territoriais e identitárias nos discursos visuais e literários dominantes, estudo que tem conceituado de "poéticas da expropriação". Publicou em 2021 ixé ygara voltando pra y’kûá(Urutau) e yby kûatiara um livro de terra, 2023 (Urutau). Integra, entre revistas literárias e outras...

Ritó Natálio

Artista e investigador. Lésbica não-binárie. Os seus espaços de prática combinam a escrita e a performance, seja na criação, no ensino, na investigação ou na organização de programas públicos. Tem organizado uma série de palestras-performances dedicadas à relação entre linguagem e geologia, apresentadas internacionalmente em diversos espaços artísticos, teatros e contextos académicos: Antropocenas (2017) com João dos Santos Martins, Geofagia (2018), e Fóssil (2020). Um dos seus trabalhos mais recentes — Spillovers (2023) — propõe uma...

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