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Alkantara Festival 2022

Programa

ALKANARA - Alkantara Festival 2022 - ©
  • 11.11 — 27.11 2022

Um mergulho de corpo inteiro - entre o prazer e a urgência

No Alkantara, ao longo de meses, em diferentes contextos, em diferentes cidades, encontrámo-nos com artistas que nos desafiam a repensar a forma como estamos no mundo. Artistas com quem partilhamos inquietações, com quem imaginamos novas formas de trabalhar, e nas peças de quem reconhecemos discursos e questões essenciais para podermos construir futuros diferentes daqueles que nos são impostos.

O Alkantara Festival é o momento de celebração em que partilhamos esses encontros e os abrimos a todas as pessoas que se queiram juntar a nós. No Alkantara Festival 2022, entre 11 e 27 de novembro, reunimos artistas, performers, ativistas, coros, foliões, clubbers, djs, equipas técnicas e de produção, cientistas, guardiães de rios e de florestas, para que em conjunto possamos continuar a ampliar e a multiplicar perspectivas.

É esta comunidade temporária que nos convida a assistir a espetáculos de diferentes lugares, a caminhar junto ao rio, a dançar em festas que são lugares de celebração e resistência, a participar em conversas e conferências.

Ao longo do festival será possível traçar muitos caminhos, a partir de movimentos, elementos e perspectivas.


Começamos por assistir de cima, a partir de uma estrutura de andaimes, a uma ópera, na praia artificial de Sun & Sea. Aqui, entre os relatos quotidianos, uma adolescente canta sobre como não conseguiu dormir quando soube que a grande barreira de coral vai desaparecer nos próximos anos. Ainda junto à água, Natural Contract Lab propõe-nos uma caminhada e uma ágora junto ao Tejo, encontros para praticarmos estratégias de cuidado e atenção que permitam a preservação do rio. De volta ao palco, com Out of the Blue, Silke Huysmans e Hannes Dereere mergulham até ao fundo do mar para nos mostrar como a nova indústria de mineração em mar profundo pode vir a destruir ecossistemas que mal conhecemos. Entre o salto e o mergulho, Betty Tchomanga confronta-nos com a sua Mami Wata, uma sereia venerada e temida, nas culturas africanas e afrodiaspóricas. De regresso à areia,Ana Pi acolhe-nos no altar que dedica a Maya Deren e a Katherine Dunham, com as quais dialoga, visitando gestos ancestrais, reimaginando passados e o que está por vir.

Depois de mergulhos no mar e percursos junto ao rio aproximamo-nos das florestas. Na Escola Refloresta Livre, o projeto Terra Batida convida-nos a conhecer a fragilidade de ecossistemas, as práticas de monocultura, as tragédias e as crises ambientais provocadas por incêndios, mas também novas propostas regenerativas. É recusando ideias de monocultura e identidades fixas, que Cade & MacAskill nos mostram uma perspetiva queer da construção do pinóquio, com uma outra possibilidade sobre o que é ser um menino de verdade. A pensar nas escolhas para que se possa ser livre de verdade, Hooman Sharifi reuniu um grupo de bailarinas e bailarinos do Irão para refletir sobre o sacrifício a partir do movimento, da dança e do corpo. Foi na dança e na música, especificamente no Kuduro, que Gio Lourenço encontrou uma forma de se relacionar com Angola, a partir de Portugal. Também próximo de manifestações afrodiaspóricas em Portugal, DIDI convida-nos para Afropolitana, uma festa que celebra expressões artísticas e culturais da diáspora africana.

Percorrendo memórias e histórias, Ana Borralho e João Galante convidam-nos a olhar para vinte anos de histórias de vida e de criação em conjunto. Também habituados a trabalhar em dupla, Sofia Dias e Vitor Roriz decidiram alargar a sua dupla para um quarteto, convidado outra dupla, Filiz Sızanlı e Mustafa Kaplan para pensar sobre semelhança e diferença. Jaha Koo, com as suas máquinas de cozer arroz, leva-nos pelas suas memórias da história de vinte anos de crise e morte na Coreia do Sul enquanto reflete sobre a felicidade.

Se pensarmos em prazer e em confronto pensamos em Vânia Doutel Vaz e na forma como no Elefante no Meio da Sala convoca possibilidades e multiplicidades para nos desorientar. É também através do prazer da dança que Marlene Monteiro Freitas e a Companhia Dançando com a Diferença nos colocam, naquilo que podia ser uma festa onde se dança até à exaustão. O que nos traz de volta ao início, a Pira, a festa do Núcleo MeioFio, que na abertura do festival nos traz uma celebração de ciclos de fim e de início, para dançarmos em conjunto.


Estes são alguns dos caminhos possíveis, convidamos a que nas próximas semanas possam traçar os vossos e que dancem connosco, para que em conjunto experimentemos o que pode ser o futuro.


David Cabecinha

Co-diretor artístico, juntamente com Carla Nobre Sousa

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